sábado, 6 de setembro de 2014

Como já dizia Zélia Duncan, "Um homem com uma dor, é muito mais elegante". Será mesmo ? Dizia ela que o jeito de caminhar de lado, como se estivesse atrasado, andasse mais adiante. Partindo do princípio de dor física ou mental, acho que ela errou, e errou feio. Por observações e experiência própria, a dor física praticamente nem te deixa andar. E a mental ? Essa meu amigo, é a pior. Corrói seu cérebro de uma tal maneira, que a vontade de viver se torna quase zero. Uma consciência perturbada por uma dor é como aqueles filmes de terror em que o fantasma sempre volta pra assombrar o mocinho no final do filme, por mais que ela tenha salvo praticamente o elenco inteiro e se redimido do seu erro. Uma consciência com dor nunca descansa, por mais que durma horas e horas, você vai ter pesadelos e aqueles velhos fantasmas vem te assombrar quanto mais vulnerável você fica. Ela vai te assombrar ao longo dos dias, dos anos... Quando para pra se  tocar, já são décadas de relacionamento e então chega uma hora que você tenta lutar com todas as suas forças mesmo sabendo que ela vencerá no final. Então você se dá conta que ela é merecida, é sua maldição. É aí que você se ajoelha, ergue a sua espada e abaixa a cabeça. Ela te acolhe e você percebe que ela quem traça sua trilha, seu "destino". E percebe que ela guia seus passos melhor do que você mesmo. Que ao longo de décadas de luta, só fez fortalecer ela cada minuto da sua desprezível vida. Então você saca que Zélia Duncan com certeza nunca ouviu Hurt do Johnny Cash.

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