Aquele batom
vermelho ofuscou todos os outros adjetivos que poderia ter reparado nela, como
aquele vestido cor de pele que cobria uma pele morena impecável em 1,65 cm de
altura muito bem distribuídos para uma pequena mulher de vinte anos com aqueles
cachos hipnotizantes contidos num lenço preto de bolinhas brancas. Olhar
penetrante diante daquela maquiagem... Me despertou pensamentos sacanas ao
primeiro momento de contato físico, mas que ao longo do tempo só me fez desejar
ainda mais ter não só aqueles olhares fixos em mim, como também aquela boca
como um portal para uma espécie de mundo perfeito, o qual me fazia abrir
sorrisos de alegria e gemidos de prazer. Aquela voz fina que qualquer um
poderia dizer ser nojenta demais, faziam meus ouvidos ter orgasmos com um
simples “te adoro” espontâneo no meio da cozinha, enquanto tentávamos ser
sérios ao cozinhar algo. “Ouga chaka ouga ouga ouga chaka...” ritmada com
estalar de dedos, abraços e quadris perdidos em sorrisos e olhares no meio da
sala. Nossos dias eram assim, acredite, nunca tivemos uma daquelas coisas que
outros casais chamam de “briga normal” pra esquentar a relação, não
precisávamos disso, nosso “se fuder” era tão cômico quanto os murros que ela me
dava, assim do nada, achando que era algum Mike Tyson. Eu era do tipo elétrico,
mas ela parecia que tinha uma bateria infinita. Acordava cedo, ia pra academia,
trabalhava a tarde, estudava a noite e ainda tinha disposição pra um passeio na
madrugada, seja uma caminhada na praia ou um simples cinema com aquele filme
bem cult mesmo, só pra sair da rotina do dia a dia dentro de casa. E o que
dizer daquelas mãos frágeis e macias que me faziam dormir num simples cafuné no
meio daquela confusão de mãos jogando vídeo game ? Era tão prazeroso pra mim
vê-la se arrumar quanto pra ela me ver cozinhar algo. E Paramore gente ? O
inglês dela era impecável, era majestoso... Tão hipnotizante quanto o da
Hayley. Deitado no sofá eu passava horas admirado vendo ela cantar por horas.
Nossa vida era assim, uma eterna trilha sonora para cada momento, seja especial
ou não. Nossos gostos se misturavam perfeitamente, como feijão com arroz. Melhor
ainda era entrar no embalo dela e como um eterno admirador puxa-la pela cintura
e rodopiar todos os cantos do apartamento numa só sintonia, esquecendo o mundo
ao nosso redor, o incomodo dos vizinhos e tudo mais. Era tudo tão nosso, nossas
músicas, nossas danças, nossos sorrisos... O tempo poderia parar de contar
naquele exato momento, eu não me importaria e nunca me cansaria de ficar tonto
a cada rodopio junto ao corpo dela.
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