domingo, 28 de setembro de 2014

Eu quero viver, quero sentir, experimentar o sabor dos seus lábios e gostar, viciar... Posso ? Quero parar de contar os minutos pra te ver, eles são doses da mais pura sensação de tédio que um ser humano pode sentir quando o desejo é na verdade ter o meu olfato tomado por seu cheiro. Viver a experiência de andar de mãos dadas, te guiar e ao mesmo tempo ser guiado por sua loucura, sua seriedade, sua personalidade única de ser e me aventurar nesse seu caminho louco, cheio de curvas. As curvas da sua cintura, ladeira lisa para seus quadris tão perfeitos quanto a infinita estrada que segue em direção a suas coxas e pernas. Tão apetitosas quanto o melhor salmão do mundo é poder abraça-las e porque não morde-las ? Seguindo em marcha ré, posso avançar uma proteção de quebra-molas que são suas costelas, traços acentuados observados da posição em que eu me encontro são tão hipnotizantes quanto a ponte que que vai dar no mar refrescante que é sua boca. A mais pura droga que eu já pude provar. Capaz de desencadear um frenesi de sensações ilimitadas por cada canto do meu corpo, desde o mais simples arrepio, até a mais complexa liberação de endorfina. O solo de guitarra mais perfeito do Iron Maiden nem se compara a ouvir... Sentir o timbre da sua voz invadir meus ouvidos, ecoar minha cabeça e rechear meu cérebro com todos os tipos de frequência sonora que suas cordas vocais pode reproduzir. Sensação tão gostosa quanto sentir sua respiração no meu pescoço, atrás da minha orelha. Experimentando a segurança que recebo de volta quando sinto seus braços em volta da minha cintura e o encontro dos seus dedos misturados com os meus é como sentir cadeados de segurança sendo fechados. Uma vez experimentados tais eventos, sinto que o vício não só faz parte da minha corrente sanguínea. Se espalhou pelo meu cérebro e abriu portal pra outras dimensões. Ela se tornou um alimento funcional da minha alma e dominou todos os meus sonhos. Londres sem ela ? Cachoeiras, florestas, culinárias, por do sol em cima da Esfinge ou observar a luz da lua do alto da Torre Eiffel realmente não deveria ter o mesmo prazer que olhar pro lado e receber de volta, no mesmo sentido, mesmo timbre, mesmo gosto, mesmo prazer do mesmo sentimento de paixão que eu sentia por ela.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Aquele batom vermelho ofuscou todos os outros adjetivos que poderia ter reparado nela, como aquele vestido cor de pele que cobria uma pele morena impecável em 1,65 cm de altura muito bem distribuídos para uma pequena mulher de vinte anos com aqueles cachos hipnotizantes contidos num lenço preto de bolinhas brancas. Olhar penetrante diante daquela maquiagem... Me despertou pensamentos sacanas ao primeiro momento de contato físico, mas que ao longo do tempo só me fez desejar ainda mais ter não só aqueles olhares fixos em mim, como também aquela boca como um portal para uma espécie de mundo perfeito, o qual me fazia abrir sorrisos de alegria e gemidos de prazer. Aquela voz fina que qualquer um poderia dizer ser nojenta demais, faziam meus ouvidos ter orgasmos com um simples “te adoro” espontâneo no meio da cozinha, enquanto tentávamos ser sérios ao cozinhar algo. “Ouga chaka ouga ouga ouga chaka...” ritmada com estalar de dedos, abraços e quadris perdidos em sorrisos e olhares no meio da sala. Nossos dias eram assim, acredite, nunca tivemos uma daquelas coisas que outros casais chamam de “briga normal” pra esquentar a relação, não precisávamos disso, nosso “se fuder” era tão cômico quanto os murros que ela me dava, assim do nada, achando que era algum Mike Tyson. Eu era do tipo elétrico, mas ela parecia que tinha uma bateria infinita. Acordava cedo, ia pra academia, trabalhava a tarde, estudava a noite e ainda tinha disposição pra um passeio na madrugada, seja uma caminhada na praia ou um simples cinema com aquele filme bem cult mesmo, só pra sair da rotina do dia a dia dentro de casa. E o que dizer daquelas mãos frágeis e macias que me faziam dormir num simples cafuné no meio daquela confusão de mãos jogando vídeo game ? Era tão prazeroso pra mim vê-la se arrumar quanto pra ela me ver cozinhar algo. E Paramore gente ? O inglês dela era impecável, era majestoso... Tão hipnotizante quanto o da Hayley. Deitado no sofá eu passava horas admirado vendo ela cantar por horas. Nossa vida era assim, uma eterna trilha sonora para cada momento, seja especial ou não. Nossos gostos se misturavam perfeitamente, como feijão com arroz. Melhor ainda era entrar no embalo dela e como um eterno admirador puxa-la pela cintura e rodopiar todos os cantos do apartamento numa só sintonia, esquecendo o mundo ao nosso redor, o incomodo dos vizinhos e tudo mais. Era tudo tão nosso, nossas músicas, nossas danças, nossos sorrisos... O tempo poderia parar de contar naquele exato momento, eu não me importaria e nunca me cansaria de ficar tonto a cada rodopio junto ao corpo dela.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Como ela consegue ? Um abrir de olhos dela ao amanhecer parece o nascer de uma nova vida, um novo ano que surge a cada vinte e quatro horas de um ciclo que se depender de mim poderia ser infinito, como no filme Amor Além da Vida, que o amor vence o julgamento entre céu e inferno. Um sorriso dela é simplesmente um abrir de cortina numa mansão vampiresca escura e praticamente sem vida. Quando os raios de sol penetram a camada fina de vidro é praticamente a descoberta de um novo mundo. O toque dos pés dela no chão, nem apressados, nem preguiçosos demais. Pra que ? Era dia de folga, era dia dela levantar mais feliz do que de costume, acariciar nosso gato que chamávamos carinhosamente de filho. Ela dava vida à aquele apartamento, antes repleto de sujeira, latas de Pepsi espalhada pelo chão, caixas e mais caixas de pizza cobertas por formigas numa pequena lata de lixo ao qual minha preguiça era quase incapaz de limpar todo dia. Mas sinceramente, a melhor parte do dia era vê-la mexer numa radiola velha que eu acreditava não funcionar mais, colocar The Corrs como som ambiente, me abraçar por trás enquanto "concentradamente" fingia estar preparando o melhor prato do mundo para a rainha da Inglaterra. Era esplêndida a forma que ela dava vida a tudo que fazia com aquele sorriso. O segurar da vassoura e o inglês que parecia superar até a própria Andrea Corr era praticamente um tormento pra mim, que tinha que prestar atenção no fogão, ao mesmo tempo que ela me hipnotizava com aquele short curto de dentro de casa, aquela camisa minha surrada do AC/DC do primeiro Rock In Rio que fomos juntos e aquele rabo de cavalo... Aquele rabo de cavalo que todo leitor masculino deve ter lido bem devagar, apertando o olho e pensando na atriz pornô predileta. Sentindo que precisava agir, dei um grito desesperado como se algo de grave tivesse acontecido. Enquanto ela desesperada corre pra cozinha e me pergunta o que houve, dou-lhe um abraço, seguido de um beijo como um fã atacaria seu ídolo depois de conseguir subir no palco, dizendo-lhe - Nada, só não tava mais resistindo a esse meu pequeno raio de sol. Ela sorri enquanto me beija, me chama de besta e sai me olhando de canto, me atiçando... Sabendo que eu não podia me ausentar. Queria caprichar no nosso primeiro almoço juntos, no nosso primeiro dia de "casados". Estávamos nos adequando a idéia de casar. Aquele chamado período de experiência que as empresas fazem com novatos, sabe ? Pois bem, nos dávamos bem, sabíamos conversar e chegar num denominador comum, eu sempre concordando com ela a maioria das vezes... Mas é isso que todo macho alfa faz. Você acha que com você será diferente ? Basta olhar a genética da sua família e amigos. Ela conseguia me fascinar de um jeito mais que perfeito do que quando fomos apresentados informalmente. Esqueça aquelas histórias em que os nossos olhos se cruzando e o destino nos unindo... Foi apenas uma distração da minha maldita playlist que insistia em tocar a música que não me agradava no momento. O desespero ao ver meu celular ir ao chão, o palavrão engasgado na garganta, logo engolido por uma visão jamais esquecida, aquele sorriso enorme de sem graça ao me pedir desculpa foi instantâneo pra me acalmar, não o suficiente pra fazer qualquer tipo de piada indireta. Ainda hoje tenho um certo receio de mexer com mulher na rua, sei lá, hoje em dia só de você roçar em uma no ônibus é motivo de tomar facada, imagine num shopping ? Mas por incrível que pareça, olha quem eu encontro na fila do cinema ? Aquele enorme sorriso que me fez colocar logo o celular no bolso com cara de assustado, só pra prolongar o tempo e eu contemplar mais ainda aquela bela visão. Visão que com uns poucos anos viria a se tornar continua na minha vida, cada vez mais presente e sorridente. Seja tirando foto, fazendo careta, nas nossas idiotices praticadas diariamente... Visão que queria ter o máximo possível de tempo nessa minha curta passagem pela Terra.

sábado, 13 de setembro de 2014

Acordar com o toque dos Looney Tunes as cinco e quarenta da manhã, a TV ligada, três garrafas de cerveja deitadas no chão e uma caixa de esfirra que eu tinha que competir com um carente Jack Russel Terrier chamado Milo, é eu sou fã do Maskára. Bater um copo de vitamina de abacate, jogar uma água gelada na cabeça pra poder despertar e tentar enganar minha consciência com uma caminhada na praia pra dizer que sou saudável. Na verdade era minha obrigação moral com o Milo que ficava o dia inteiro sozinho naquele apartamento, enquanto eu passava o dia inteiro na beira de um fogão de um restaurante qualquer perto do condomínio onde morava. A volta era sempre a mesma coisa, passada no supermercado pra comprar mais uma caixa de cerveja e esfirra congelada. O tratamento pra hipotireoidismo só fazia aumentar minhas noites "empolgantes" na frente da TV assistindo algum programa alienígena até cochilar e acordar no outro dia da mesma forma que o resto da semana. Não tinha cabeça pra nenhum relacionamento sério, estava farto de perder meu tempo com namoricos  e nenhuma mulher de verdade se interessaria por um cara como eu. Pobre, barbudo, cabelo despenteado e um apartamento sujo com um cachorro carente. Eu era o típico fracassado americano que até conseguia se divertir com os amigos numa mesa de bar, jogando conversa fora. Mas a felicidade passava longe da minha realidade, por dentro eu tava derrotado, tava sendo esmagado por uma uma força negra que era oca e onipotente chamada rotina comodista.
Tava faltando alguma coisa pra eu me sentir bem comigo mesmo, talvez uma viagem ? Meu salário não permitia tal imprevisto. Eu realmente não sabia o que fazer e nem como lutar contra aquilo. Acho que cheguei ao ponto de abraçar aquela força e deixa-la me dominar por inteiro. Andava sempre com um canivete no bolso em mais uma tentativa frustrada de tentar enganar minha consciência e dizer que tenho coragem pra brigar com alguém, era o tipo de ação que eu poderia ter numa cidade violenta como a Salvador de hoje em dia, mas na verdade eu detestava brigas. Eu queria mesmo era uma moto, uma jaqueta preta com uma caveira nas costas, dinheiro pra gasolina e uma estrada que desse a volta no mundo inteiro. Queria a cada dia amanhecer numa cidade diferente, na cama de alguma garçonete que eu tinha conhecido na noite anterior, pronto pra mais um dia longo de uma viagem sem fim. Provar todo tipo de culinária existente nesse mundão imenso. Sinto que fomos feitos pra isso, pra ser livres, pra abrir nossas asas e migrar como as aves. Mas como eu havia dito, minha velha amiga rotina fazia voltar a realidade num latido vindo da sala, era sexta feira e eu tinha pedido pizza. Fechei o notebook arquivando mais um sonho no meu diário eletrônico, levantei da privada, peguei mais uma cerveja na geladeira, aumentei o volume da TV e me preparei pra tentar mais uma vez me sentir vivo em algum sonho perdido dentro da minha mente.

sábado, 6 de setembro de 2014

Como já dizia Zélia Duncan, "Um homem com uma dor, é muito mais elegante". Será mesmo ? Dizia ela que o jeito de caminhar de lado, como se estivesse atrasado, andasse mais adiante. Partindo do princípio de dor física ou mental, acho que ela errou, e errou feio. Por observações e experiência própria, a dor física praticamente nem te deixa andar. E a mental ? Essa meu amigo, é a pior. Corrói seu cérebro de uma tal maneira, que a vontade de viver se torna quase zero. Uma consciência perturbada por uma dor é como aqueles filmes de terror em que o fantasma sempre volta pra assombrar o mocinho no final do filme, por mais que ela tenha salvo praticamente o elenco inteiro e se redimido do seu erro. Uma consciência com dor nunca descansa, por mais que durma horas e horas, você vai ter pesadelos e aqueles velhos fantasmas vem te assombrar quanto mais vulnerável você fica. Ela vai te assombrar ao longo dos dias, dos anos... Quando para pra se  tocar, já são décadas de relacionamento e então chega uma hora que você tenta lutar com todas as suas forças mesmo sabendo que ela vencerá no final. Então você se dá conta que ela é merecida, é sua maldição. É aí que você se ajoelha, ergue a sua espada e abaixa a cabeça. Ela te acolhe e você percebe que ela quem traça sua trilha, seu "destino". E percebe que ela guia seus passos melhor do que você mesmo. Que ao longo de décadas de luta, só fez fortalecer ela cada minuto da sua desprezível vida. Então você saca que Zélia Duncan com certeza nunca ouviu Hurt do Johnny Cash.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Será que pode ser chamada de pecado ? O que é pecado ? Eu desconheço o significado dessa palavra e tampouco quero entender. Acho que a primeira frase de impacto que li na minha vida foi uma famosa de Hitler "Uma mentira contada mil vezes se torna verdade", desde então venho tentando entender o que faz uma mentira se tornar verdade e acho que nunca chegarei a descobrir. Mentiras se fazem tão necessária quanto verdades, sabia ? Quase ninguém gosta ou sabe lidar com a verdade, ela machuca tanto ou até mais do que a mentira, acredite. Mas a minha sincera opinião sobre  ela ? Ela é perfeita quando bem trabalhada, uma droga que vicia mais rápido que o crack, uma necessidade humana assim como urinar ou respirar... Uma obra de arte quando bem elaborada por quem realmente sabe dominar seus pincéis. Uma mentira bem contada pode mudar o curso da humanidade e tudo que conhecemos ou acreditamos. Uma mentira bem contada pode afetar todo um costume, uma doutrina, mudar a nossa origem e nosso futuro. Uma mentira bem contada pode salvar o planeta Terra e quem sabe anular uma possível verdade de que nossa raça pode um dia ser extinta ou simplesmente acelerar esse processo. Uma mentira bem contada pode afetar o fundo da sua alma te dando esperança, perseverança, ânimo quem sabe, pra lutar por algo que provavelmente a verdade lhe mostre que jamais será alcançado. Uma mentira pode salvar não só uma, como milhões de pessoas ao redor do planeta. A fé pode simplesmente ser esse tipo de mentira, sabia ? Mas quem sou eu pra lhe dizer a verdade ? Um contador de mentiras ou mais um inventor de "verdades" ? Tente descobrir !

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O beijo que eu quero te dar não é só aquele que te faz sentir vontade de tirar a roupa. É mais do que isso, é aquele que te traz segurança, aquele que deixa um gostinho de quero mais quando tô de partida, ao mesmo tempo que dou a certeza da volta, como se sua boca fosse meu porto seguro. É aquele que com a mesma intensidade percorre bochecha, olhos, nariz, testa, nuca, seios, barriga, umbigo... Aquele que consegue transmitir tudo que eu sinto no desenrolar da língua de mãos dadas com a sua língua. Aquele que não é necessariamente um beijo mas que só de encostar na sua nuca ao deitarmos de conchinha pra mim já é o suficiente. Aquele meio inocente que dei na sua mão quando te conheci, lembra ? Malicioso, porém sincero. Aquele que consegue te arrancar gemidos enquanto voluntariamente minhas mãos apertam seu corpo contra o meu. Aquele que te faz sorrir enquanto tiramos aquela foto na varanda do nosso apartamento pra por no nosso álbum. Aquele que com o mesmo sentimento quero te dar, na beira da praia, diante das pessoas mais importantes da nossa vida, te ouvindo dizer "até que a morte nos separe" e que se multiplique a cada amanhecer que tiver você ao meu lado.