Eu não precisaria de muitas
palavras. Acho que eu não precisaria de palavra alguma, apenas levar minha mão
à sua nuca, um leve afago nos seus cabelos, vagarosamente te acariciar e deixar
que nossos desejos se encontrem. E depois, nossos lábios. Isso seria o
suficiente. O suficiente pra te fazer saber o que eu sinto, mas se você quiser
palavras, eu as digo. Eu sei que o ser humano costuma precisar demais das
palavras, deixando de lado as evidências. As palavras são persuasivas e acabam
sendo o ponto de partida de uma crença, seja ela verdadeira ou não (dizer que
uma crença é verdadeira ou não talvez seja complicado, ficaremos então com o
termo ilusionista da coisa). Repito: as palavras são persuasivas e acabam sendo
o ponto de partida de uma crença, incluindo as ilusões. Voltando ao meu
romantismo, saiba que as palavras que usarei para descrevê-lo, por mais simples
que pareçam, são de inteira sinceridade e possuem seu sentido conotativo. Lá
vai: eu te quero e vou querer sempre. Te quero do seu jeito, do meu jeito, do
nosso jeito. Aquele jeito que se encaixa como um quebra-cabeça, perfeito e bem
trabalhado, complicado no começo, porém belo no final. Aquele jeito que só o
nosso molejo sabe. Aquele jeito que só os nossos olhos conseguem penetrar a
fundo nosso cérebro e decifrar todos os tipos de sorrisos possíveis existentes
no nosso rosto. Te quero do exato jeito em que peguei na sua mão pela primeira
vez e te guiei com meus passos nervosos, minha tremedeira quase incontrolável e
minha timidez ridiculamente disfarçada. Te quero tentando entender o porque da
sua cabeça baixa, ao tentar arrancar o primeiro beijo da sua boca e o
malabarismo da conquista até descobrir um rosto vermelho de vergonha e os
lábios mais doces que eu já beijei. Te quero desde o exato momento em que ouvi
seu primeiro "oi" direcionado a mim. Te quero sempre descobrindo suas
manias, suas imperfeições, seus vícios e erros. Te quero forte, soberana, de
queixo erguido, te imaginando como uma escudeira viking no campo de batalha,
sem temer a morte e o sangue... Assim como te quero frágil, no meu colo, ao
redor dos meus braços como se fosse seu escudo impenetrável. Te quero me
guiando também, me mostrando como é que se vive no seu mundo louco, cheio de
arco-íris e tempestades. Te quero com detalhes, observando até o jeito que você
calça uma meia, diferente da outra... Te quero desse jeito, do jeito que eu
penso que é o que sempre sonhei, mas que você consegue surpreender em cada
gesto, a cada dia, se superando e me mostrando o que realmente é estar apaixonado.
Acho que tô te querendo agora. Acho? Não, não... Eu tenho certeza.
Exagerei? Cheguei a me
iludir ou te iludir? Acho que não sei trabalhar exatamente com palavras. Como
havia dito antes, palavras são persuasivas. Então preste atenção nos meus detalhes
e verás que todos eles dizem... Te quero pra sempre.
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