segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Não, eu
realmente não estou interessado em sexo e não, eu não sou gay. Só estou
tentando beber meu whisky e fumar o meu cigarro na paz, ok ? Curtir o som do
Maná e pensar na vida, nos problemas... Foi esse o propósito deu ter sentado
sozinho aqui no canto, escondido dos olhares julgadores e de falsos
"amigos". Acredite, esse barulho me acalma, esse cheiro de cigarro,
lugar apertado e toda essa gente sustentando essa máscara de
"felicidade" com esses sorrisos tão falsos quanto os meus
"amigos"... É como se eu pertencesse a esse lugar, sei lá, eu me
sinto como se fizesse parte de um clã que embora eu não aceitasse, a minha
fidelidade e patriotismo falavam mais alto, sacou ? Uma espécie de fracassado
da sociedade, renegado... Acho que tenho complexo de inferioridade e sim,
convivo muito bem com ele, obrigado. Não preciso de muito para ser “feliz” e
não, não quero ser aquele cara dos livros de Nicholas Sparks que arruma uma
fracassada ou mimada pra chamar de esposa. Meu apartamento super pequeno, meu
sofá velho que serve como cama também e meus canais de futebol devidamente
pagos pela TV a cabo já me satisfazem. Companhia ? Tem um animal extremamente
carente, acho que é um gato, mas gatos não são independentes ? Por isso mesmo.
Acho que minha melhor companheira no momento é a depressão e minha melhor amiga
a solidão. Acredite também, elas são ótimas companheiras pra quem sabe lidar
com a companhia. Não estou dizendo que não saio pra me divertir com alguns
colegas e vivo trancado em casa mandando todo mundo tomar naquele lugar. Só me
sinto bem com minha consciência livre de “obrigações” com um ser completamente
diferente de mim e com ideias e sonhos totalmente contrários aos meus. Só quero
sair daqui sozinho, chegar em casa e deixar tudo que aconteceu no dia da porta
pra fora e preparar meu psicológico pra outra companheira chamada rotina, que é
uma espécie de mãe na minha vida. Obrigado pela companhia, foi bom o desabafo.
Então façamos assim, deixemos
nossos olhares se encontrarem, que eles mostrem o que realmente queremos quando
nos arrepiamos com mãos levadas à nossas nucas.
E que ele faça com que nossos lábios se encontrem com uma sintonia
jamais sentida. Que ele me mostre tudo aquilo que sempre analisei de você. Que
de menina só tem a idade. Que não precisa de frescuras pra se dizer mulher.
Fica linda assim sem maquiagem, ao acordar com aquela cara de fome e cabelo
bagunçado. Que não precisa de permissão, faz o que quer, a hora que bem
entender. Que realmente entende de futebol e sabe jogar vídeo game, bebe
cerveja porque gosta e não pra ficar bêbada. Que me adora conscientemente mesmo
sabendo que não tenho onde cair morto, que não posso lhe oferecer vida de
princesa. Aliais, mencionei que ela odeia a Disney e suas princesinhas idiotas
? Que ela adora aquelas escudeiras Vikings tipo a Lagertha da série Vikings ?
Tipo a Saxa de Spartacus ? Tipo a Brienne de Game of Thrones ? Mencionei que
ela não é do tipo paranóica obsessiva por shopping e compras ? Que adora minha
companhia e um barzinho ? Ama dançar com liberdade e que eu fico todo besta por
não saber dançar e de longe admirando o jeito com que ela rebola ? As
tentativas frustradas dela de tentar ganhar de mim no Need For Speed, só pra
não poder lavar os pratos no final da aposta ? Tá, eu fico com pena e ajudo a
enxugar... Gosto dela, gosto da companhia dela, do jeito dela de ser e de fazer
as coisas, de tocar a vida dela. Gosto da independência dela, do território
dela, do mundo dela, da playlist, dos sinais no corpo, de morder a bunda dela,
de passar horas deitado sobre o colo dela enquanto ela massageia meu cabelo
dizendo o quanto o adora. Já disse que adoro ela ? Porém a realidade é foda
quando bate o arrependimento por não estar sob efeito de algum sonífero
daqueles de derrubar elefante. O abrir dos olhos se torna a maior frustração de
um homem aparentemente apaixonado. O tentar arquivar as memórias num cérebro
limitado é quase impossível com tantas coisas a serem lembradas e então bate a
conformidade de que sonhar novamente com ela, do mesmo jeito que foi na noite
anterior, é como jogar na loteria e esperar vencer novamente.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Amar não é dizer "Eu te amo". Não é querer provar pro outro,
todo santo dia, que você é a pessoa perfeita pra ela e que sem a sua
existência, ela jamais seria feliz. Lembre-se de que nascemos sozinhos e até
hoje, pelo que eu saiba, ninguém foi enterrado no mesmo caixão que o marido ou
esposa, ou namorado, ou ficante, ou paquera... Sei lá. Só acho que amar não é
querer ser dono e "proibir" ela de dançar, ou de "liberar"
com o intuito de usar aquilo contra quem se "ama". É simplesmente
admirar a felicidade no sorriso dela ao dançar, imaginar coisas indecentes
naquele olhar irresistível que ela te lança quando pega no cabelo e morde os
lábios. Esqueça as pessoas ao redor, esqueça os homens admirando e desejando
ela também. Além de botar na sua cabeça que ninguém é dono de ninguém, lembre-se
que ela disse "sim" pra você, no quarto dela, no território dela...
Então foque novamente no sorriso e no olhar. No gingado dos quadris, na virada
de perna quando ela volta à mesa pra dar mais um gole no copo de cerveja e
retornar para a pista. Você se apaixonou pelo pacote inteiro, parceiro. Amar é
saber também a hora de levantar da mesa, vencer essa timidez e a total falta de
habilidade pra dança e agarra-la no meio do salão e sem medo, tascar aquele
beijo de deixar qualquer um arrepiado, sussurrando no ouvido dela seus
pensamentos mais picantes, desde o momento da virada do ultimo gole daquele
chopp, até o momento em que você a envolveu pelos braços e a pressionou com uma
violência maliciosa sobre seu tórax. Amar não é dizer nada no dia seguinte, eu
disse absolutamente nada. É levantar cedo, bagunçar a geladeira dela, cortar
algumas frutas, pão, botar aquele suco de caixa num copo e se achar o Olivier
levando pra ela na cama ou carregando ela até a mesa... Imaginação é como sal
em alguns pratos, sai ao gosto do cliente. Amar é dar aquele beijo na testa,
depois daquela ducha revigorante, mas aquele beijo de "volto tão rápido,
que parece que nem vou embora". É dirigir cantando bem alto On Top Of The
World do Imagine Dragons, acredite, nessas horas a gente vê romantismo até em
duas moscas voando juntas. É imaginar milhões de próximos programas com ela e
simplesmente saber que exatamente por cada pensamento e cada momento que você
praticamente respira o perfume dela, mesmo sem estar na presença, és a forma
mais sincera que se tem certeza que todo toque, todo olhar, todo sorriso, todo
contato que se tem com ela... Dispensa essa frase "Eu te amo".
Eu não precisaria de muitas
palavras. Acho que eu não precisaria de palavra alguma, apenas levar minha mão
à sua nuca, um leve afago nos seus cabelos, vagarosamente te acariciar e deixar
que nossos desejos se encontrem. E depois, nossos lábios. Isso seria o
suficiente. O suficiente pra te fazer saber o que eu sinto, mas se você quiser
palavras, eu as digo. Eu sei que o ser humano costuma precisar demais das
palavras, deixando de lado as evidências. As palavras são persuasivas e acabam
sendo o ponto de partida de uma crença, seja ela verdadeira ou não (dizer que
uma crença é verdadeira ou não talvez seja complicado, ficaremos então com o
termo ilusionista da coisa). Repito: as palavras são persuasivas e acabam sendo
o ponto de partida de uma crença, incluindo as ilusões. Voltando ao meu
romantismo, saiba que as palavras que usarei para descrevê-lo, por mais simples
que pareçam, são de inteira sinceridade e possuem seu sentido conotativo. Lá
vai: eu te quero e vou querer sempre. Te quero do seu jeito, do meu jeito, do
nosso jeito. Aquele jeito que se encaixa como um quebra-cabeça, perfeito e bem
trabalhado, complicado no começo, porém belo no final. Aquele jeito que só o
nosso molejo sabe. Aquele jeito que só os nossos olhos conseguem penetrar a
fundo nosso cérebro e decifrar todos os tipos de sorrisos possíveis existentes
no nosso rosto. Te quero do exato jeito em que peguei na sua mão pela primeira
vez e te guiei com meus passos nervosos, minha tremedeira quase incontrolável e
minha timidez ridiculamente disfarçada. Te quero tentando entender o porque da
sua cabeça baixa, ao tentar arrancar o primeiro beijo da sua boca e o
malabarismo da conquista até descobrir um rosto vermelho de vergonha e os
lábios mais doces que eu já beijei. Te quero desde o exato momento em que ouvi
seu primeiro "oi" direcionado a mim. Te quero sempre descobrindo suas
manias, suas imperfeições, seus vícios e erros. Te quero forte, soberana, de
queixo erguido, te imaginando como uma escudeira viking no campo de batalha,
sem temer a morte e o sangue... Assim como te quero frágil, no meu colo, ao
redor dos meus braços como se fosse seu escudo impenetrável. Te quero me
guiando também, me mostrando como é que se vive no seu mundo louco, cheio de
arco-íris e tempestades. Te quero com detalhes, observando até o jeito que você
calça uma meia, diferente da outra... Te quero desse jeito, do jeito que eu
penso que é o que sempre sonhei, mas que você consegue surpreender em cada
gesto, a cada dia, se superando e me mostrando o que realmente é estar apaixonado.
Acho que tô te querendo agora. Acho? Não, não... Eu tenho certeza.
Exagerei? Cheguei a me
iludir ou te iludir? Acho que não sei trabalhar exatamente com palavras. Como
havia dito antes, palavras são persuasivas. Então preste atenção nos meus detalhes
e verás que todos eles dizem... Te quero pra sempre.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Deixe-me aqui, esparramado no
meu sofá, com meu jeans desabotoado, bainha dobrada, pés descalços. Deixe-me
cantar In A Darkened Room do Skid Row do jeito que quiser. Deixe meu conhaque
no exato lugar onde ele está, em frente ao sofá, onde eu deitado tenha fácil
acesso ao remédio que por um momento consegue conciliar paz e raiva num
equilíbrio perfeito. Só vou ali na cozinha pegar mais um isqueiro. Pegar mais
um cigarro espalhado por algum lugar que não me recordo e retornar pro sofá com
uma visão da janela que aponta pro céu. Ver ele girar um pouco mais rápido que
o normal, enquanto meus problemas giram juntos. Não bata na porta. Não adianta
me ligar pois eu quebrei o maldito celular. Eu só preciso de mim mesmo, preciso
desse tempo pra me imaginar numa ilha isolado, relaxando, recarregando as
energias pra poder encarar mais uma vez essa realidade que tem corrompido minha
alma até quase conseguir me levar a loucura. Quem sabe eu não volto a sorrir ?
Por hora eu só preciso de mais um cigarro e mais uma garrafa de conhaque, essa
daqui secou rápido demais.
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